Como ter boas ideias agora
Em livro, consultor explica seu método de 11 passos para chegar a insights inovadores
Gerald Sindell é presidente de uma consultoria em Los Angeles cujo slogan, “How to Think Process” (algo parecido como “O processo de como pensar”), é auto-explicativo. Sindell passou a vida tentando entender como pensamos e ajudamos nossos amigos e/ou clientes a ter novas idéias. Agora, no seu livro The Genius Machine (“A máquina do gênio”), ele explica seu sistema de 11 passos para transformar idéias cruas em brilhantismo. Sindell, beirando os 60, iniciou sua carreira escrevendo, dirigindo e produzindo filmes. Em suas próprias palavras, vivia atormentado pelo medo de que, assim que terminasse as filmagens, teria uma ideia brilhante que não poderia mais ser filmada. Esse medo permaneceu com ele. “Temos de ter as ideias mais brilhantes aqui e agora”, afirma.
Segundo ele, nenhuma grande insight* ou inovação surge sem antes se reconhecer a solução. Uma grande idéia começa pelo próprio problema. Essa é a fase 1. Uma vez conhecendo isso, é hora de conhecer suas limitações. A fase 2 é o que o autor chama de “busca da identidade”. "A esta altura, as soluções começam a tomar corpo", diz ele. Mas a musculatura só vem quando elas são testadas. Como? Primeiro, imaginando as suas consequências possíveis (sejam elas benéficas ou nefastas), como se elas já existissem no mundo. Essa é a fase 3, e ajuda a aprimorar suas idéias.
Na fase 4, se coloca a idéia pela primeira vez em contato com o mundo exterior. Mas “evite expô-la aos pessimistas e aos advogados do diabo”, alerta Sindell. Deve-se procurar o auxílio de pessoas lúcidas realmente interessadas em ajudar a tocar essa idéia pra frente. Elas farão objeções e comentários sinceros que darão nova “sintonia fina” à ideia. Essa voz de fora será muito útil também na fase 5, responsável por identificar como a nova idéia se encaixa no mundo já existente. Que idéias a precederam? No que ela pode colaborar? Muitas das idéias morrem aí. Mas o teste fortalece as sobreviventes.
A fase 6 é focada no público-alvo. Nem sempre é uma tarefa óbvia. “Muitas vezes, o público inicial imaginado por nós não é o maior ou o mais significativo”, observa Sindell. A fase 7 é a de amadurecimento e de polimento da idéia: agregar valor a ela, buscar ângulos ainda não pensados. É chamada por ele de fundação: o alicerce da idéia, agora tangível, no mundo real.
A fase 8 é a do retoque final. “Seja na criação de uma granja ou no lançamento de um site na web, é a hora de se certificar de que a idéia/projeto/produto realmente vai cumprir plenamente a sua meta”, diz Sindell. Se tudo parece funcionar até agora, chegou a hora, na fase 9, de comunicá-la para o público. "Coloque-se no lugar do cliente nesse momento, diz o consultor: pense no que a ideia é importante para a vida dele".
A penúltima fase, para Sindell, é a mais importante do processo. Trata-se do impacto da idéia. É a décima, mas poderia ser a primeira, e nasce da pergunta: “Daqui a três anos, se a minha inovação for bem-sucedida, no que ela vai ter mudado o mundo?”. O autor a chama de gut feeling (ou “sentimento visceral”), porque não existe a grande inovação sem ele. A última fase: "seja advogado da sua ideia. Se você delegar essa função para outros, é meio caminho para o fracasso", conclui ele.
*introspecção.
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